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14 outubro 2011

Ainda António Pratas (agora o jogador)

14 outubro 2011 8 Comentários
Campeões Nacionais 1975 Da esquerda para a direita. Em cima: Codices (6), Morgado (12), Harris (15), Robalo (11) e Aniceto (14); Em baixo: Machado da Silva (5), Minhava (13), Luís Gonçalves (7), António Pratas (9) e Leonel (10)

BIOGRAFIA DESPORTIVA
             
 

Para responder a dois pedidos e ao comentário que a seguir se transcreve, voltamos a abordar a conquista do troféu António Pratas, mas na perspectiva da actividade de António Pratas como basquetebolista no Benfica.

                        Luis disse...
UMA LIÇÃO DE MÍSTICA

Saudações Benfiquistas

Reconheço-me como um fervoroso benfiquista, muitos até vão mais longe e dizem que sou fanático...mea culpa.
Pois quero partilhar com voces este lindo momento que vivi...
Conhecedor de alguma da história do SLB muito á custa da BENFICA tv, do VITÓRIAS E PATRIMÓNIO e EM DEFESA DO BENFICA, reconheço porém que desconhecia o porque do troféu António Pratas e quem era António Pratas.
Não sendo esse um impeditivo, e aproveitando a folga do trabalho, no passado domingo fui a Vagos ver o SLB, combinei com uns consócios meus e juntamos um grupo para apoiar o SLB na final contra o po"#%.
Para muitos era um jogo sem intereçe e sem importância, mas para NNós era o BENFICA e isso bastava!!!
O momento é quando estava-mos a perder por 14 pontos e o Lisboa pede um desconto de tempo que viria a revolucionar o jogo.
Nesse momento o meu irmão vai junto do banco do SLB enquanto que eu e os restantes entoava-mos mais um cântico de apoio, e é então que vejo o Lisboa apontar para NNós e a dizer qualquer coisa que não percebi...
No fim do jogo fomos esperar a equipa ao autocarro e falar-mos com eles, e ai o meu irmão diz-me o que o Lisboa tinha dito aos jogadores no banco, que foi: " temos que acreditar que podemos ganhar pois eles acreditam, estamos a perder e eles estão a apoiar-nos porque acreditam em nós e vamos ganhar por eles..." e cerrando os punhos foram para dentro de campo e foi o que todos sabemos...
Não quis acreditar naquilo que ele me estava a dizer, falei então com o Lisboa o Évora o Sérgio Ramos e Ben Reed, eles diseram que NNós e os restantes adeptos naquele pavilhão, foram quem lhes deu força e motivação para ganhar o jogo.
Ouvir aquilo encheu-me o coração de orgulho por ver a minha e a NNossa dedicação reconhecida e saber que ganhamos o jogo juntos.
Foi um momento de pura MÍSTICA ao nivel de grandes jogos, conquistas e momentos europeus.
Para muitos foi mais um jogo ao vivo ou na tv, para mim foi MÍSTICA !!!

Por tudo isto digo... AMO-TE BENFICA

SEMPRE PRESENNTES


António Eduardo Santos Neves Pratas nasceu na cidade de Coimbra, em 23 de Janeiro de 1946, onde fez a formação na modalidade no histórico Olivais FC (desde os infantis aos juniores) ingressando no Sporting CP ainda como júnior. Chegou ao Benfica como basquetebolista de valor, depois de passagens pelo Sporting CP (1963 a 1967) e equipa do BPM (Banco Pinto de Magalhães), entre 1969 e 1972. No “Glorioso”, em quatro temporadas, repartidas por dois períodos (3 + 1) conquistou nove títulos oficiais: um Campeonato Nacional, duas Taças de Portugal, dois Campeonatos Metropolitanos e quatro Campeonatos Regionais. Jogou 184 encontros e marcou 2172 pontos. Com 1.85 metros, era um extremo rápido e habilidoso com codícia pelo cesto. Nunca dava um lance por perdido.

1.ª época 1972/73
Nesta temporada regressou ao Clube o conceituado treinador Teotónio Lima, com renovação da equipa, incluindo a contratação do extremo António Pratas, que integrou desde logo o “cinco titular”. Conquistámos três títulos oficiais: Regional (sete vitórias em sete jogos e 1450/929 em pontos; Metropolitano (19 vitórias em 22 jogos e 2389/1592 em pontos) e Taça de Portugal (V 75-69 com o FC Porto, em Coimbra). Só faltou o Nacional, porque disputado em Luanda… Mas, esta foi uma época que marcou um capítulo na história do basquetebol em Portugal. Foi a primeira vez, que um clube português conseguiu uma vitória no estrangeiro, na Taça dos Vencedores das Taças (V 77-76 com o Sutton BB em Inglaterra) e que ultrapassou uma primeira eliminatória! Em 7 de Janeiro de 1973 marcámos, pela primeira vez, 140 pontos, na V 140-81, com o Galitos CA, em Aveiro, na 9.ª jornada do Metropolitano, que apurava o vencedor para a disputa do Nacional frente aos campeões de Angola e Moçambique. Numa temporada muito longa (66 jogos) e atípica, porque a 2.ª volta do Regional iniciou-se… seis meses depois de terminar a 1.ª volta, obtivemos 56 vitórias, com 6330 pontos marcados e 4657 sofridos, conseguindo marcar mais de cem pontos em 31 jogos. António Pratas jogou 61 jogos, marcando 848 pontos, conseguindo 22 pontos (melhor marcador) na final da Taça de Portugal.

2.ª época 1973/74
Repetimos os triunfos, não vencendo o Nacional, em Lourenço Marques. No Regional (sete vitórias nas sete jornadas com 812/395 em pontos. No Metropolitano (vinte vitórias em 22 jornadas e 2291/1504 em pontos. Na Taça de Portugal, quatro vitórias e 442/263 em jogos. Em toda a época, nos 52 encontros, conseguimos 41 vitórias, com 5141/3677 em pontos, com a proeza de marcar mais de cem pontos em 22 jogos! Na final da Taça de Portugal, no Pavilhão da Ajuda, em Lisboa, vencemos, por 102-84, o Sporting CP, mas António Pratas, influente nas eliminatórias, não jogou por estar lesionado. António Pratas jogou 36 encontros e marcou 444 pontos.

3.ª época 1974/75
Iniciámos a temporada a conquistar o terceiro Regional consecutivo (sete vitórias em oito jogos e 590/438 em pontos), incluindo a necessidade de realizar uma finalíssima, em 5 de Dezembro de 1974, para apurar o campeão (V 77-58 com o Sporting CP, no Pavilhão dos Desportos). Já sem Metropolitano, devido à independência das Colónias, após a Revolução a 25 de Abril de 1974, conquistámos o Campeonato Nacional (17 vitórias em 18 jornadas e 1572/1109 em pontos)! Nesta temporada fomos finalistas na Taça de Portugal (três vitórias em 4 jogos e 272/268 em pontos), mas não conseguimos o 4.º triunfo consecutivo na competição, naquela que foi (apenas) a terceira derrota da época… em 33 jogos! António Pratas jogou 27 jogos e marcou 451 pontos. Na final da Taça de Portugal marcou 12 pontos, com o fantástico (e inesquecível) Pete Harris a obter 33 pontos! Na finalíssima do Regional, 16 para Pratas e 29 para Harris, mas Pratas sempre como segundo melhor marcador!

4.ª época 1981/82
Após seis temporadas (1975/76 a 1980/81) afastado do “Glorioso”, a representar o CA Queluz, regressou para capitanear o plantel na tentativa de fazer regressar o Clube ao título de campeão nacional. A temporada a nível individual foi positiva, mas o que conta num desporto colectivo é a capacidade conquistadora do plantel. E neste aspecto o “Glorioso” não foi eficaz. O 3.º lugar no campeonato nacional e a eliminação logo na estreia na Taça de Portugal marcaram uma época em que houve mudança no comando técnico. Eduardo Monteiro iniciou e Eduardo Branco terminou. E foi com este treinador que o Benfica conquistou o campeonato regional derrotando, sem apelo nem agravo, o Sporting CP onde brilhava…Carlos Lisboa!

Depois foi a despedida do “Glorioso” regressando ao CA Queluz terminando a carreira de basquetebolista (1982/83) e iniciando a de treinador na Formação. Em 1 de Julho de 2007 faleceu, aos 61 anos. Ainda nesse ano, no início da temporada de 2007/08, disputou-se a primeira edição do troféu António Pratas, conquistado pelo "Glorioso", em 7 de Outubro de 2007,  no pavilhão do CA Queluz, com uma vitória, por 76-58, frente à equipa da A. E. Física de Torres Vedras.

Épocas
Competições
TOTAL
1972/73
1973/74
1974/75
1981/82
J
P
J
J
J
P
J
P
J
P
TOTAIS
184
2172
61
874
36
444
27
451
60
403
Nacional
62
597
5
59
Lesão
18
328
39
210
Taça Portugal
11
130
5
73
1
11
4
42
1
4
Metropolitano
40
607
21
356
19
251
--
--
--
--
Regional
30
385
13
150
6
78
2
26
9
131
Taça das Taças
8
77
4
61
2
13
--
--
2
3
Torneios Int.
9
98
3
32
3
57
--
--
3
9
Torneios Nac.
7
84
3
44
2
22
--
--
2
18
Particulares Int
3
38
2
36
1
2
--
--
--
--
Particulares Nac
14
156
5
63
2
10
3
55
4
28

O recorde de pontos num jogo foi conseguido, em 1972/73, com 34 pontos, na V 110-67 com o Sport Algés e Dafundo, no Pavilhão do Estádio da Luz, na 7.ª jornada do Campeonato Metropolitano, em 23 de Dezembro de 1972.

Até Sempre, António Pratas!

Alberto Miguéns


NOTA: Quando for possível serão acrescentadas mais informações biográficas, bem como a sua actividade como internacional, pois regista sete internacionalizações

8 comentários
  1. Muito bom!
    Até me arrepiei ao ler o comentário do adepto dos NN.
    O Minhava que jogava nessa equipa é o pai do Miguel?
    Não me lembrava que o António Pratas tinha sido nosso jogador pois nessa altura vivia em Moçambique, onde era um espectador assíduo do basquetebol. Vivi grandes noites de basquetebol nos Pavilhões do Sporting e do Malhangalene.
    Primeiro, ainda sem Benfica de LM, torcia pela Académica, depois pelo Benfica.

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  2. Certo!

    Com "mais ou menos" a idade do filho,na actualidade!

    FORÇA BENFICA!

    Os teus adeptos são a tua glória!

    Os Benfiquistas, mortais, dão-te a imortalidade!

    AM

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  3. Bolas, que a mensagem do Luís me arrepiou. Já conhecia a história do jogador, mas sem este detalhe estatístico. Agradeço aos dois pelo benfiquismo e ao Luís... até já no NNosso topo sul!

    Abraços
    Jorge.

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  4. O Leonel Santos faleceu hoje

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  5. A carreira do António Pratas aqui:http://arquivodobasket.blogspot.pt/2015/01/antonio-pratas.html

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  6. Na fotografia o 12 é o Morgado e não o Parente. O Pratas ficará para sempre na história do Basquetebol e claro do Glorioso.

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    Respostas
    1. Caro Roberto Morgado

      Obrigado pela correcção.

      Alberto Miguéns

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