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04 dezembro 2012

Em Luto

04 dezembro 2012 1 Comentários
HOMENAGEM



Continuamos a evocar, o Benfiquista e Glória do Clube, Guilherme Espírito Santo falecido no domingo, 25 de Novembro. Que notícia triste.

Três anos afastado? Da equipa? Sim! Mas não dos corações vermelhos…
Na época de 1940/41, foi seleccionado para o XVI Portugal-Espanha, jogando a extremo-direito. Em 16 de Março de 1941 no Estádio San Mamés, em Bilbau, Portugal foi arrasado, com 1-5. Espírito Santo adoeceu, agravando a doença que se pensava debelada. Seguir-se-iam três penosos anos. Foi necessário curar o paludismo – contraído ainda em criança, em Angola - e que afinal se revelara com as baixas temperaturas do norte europeu. Uma doença que o obrigou a “faltar” a 121 jogos consecutivos na equipa (o que faltava de 1940/41, 1941/42, 1942/43 e 1943/44, apenas regressando em 6 de Fevereiro de 1944. Ou seja, esteve inactivo nas passagens dos seus 22.º, 23.º e 24.º aniversário. Provavelmente, em termos etários, no seu tempo (anos 40) aquele que seria o tempo ideal. E mesmo assim conseguiria os valores que atingiu. Mas, quantos golos, triunfos e conquistas não poderia ter acrescentado ao palmarés do Benfica? Num tempo em que, o Benfica conquistou um Bicampeonato Nacional (1941/42 e 1942/43) e uma Taça de Portugal (1942/43).


Regresso para a vitória
Depois de tanto tempo inactivo, desde 9 de Março de 1941, Guilherme Espírito Santo regressou em 6 de Fevereiro de 1944 para jogar a extremo-direito e conquistar a Taça de Portugal, em 28 de Maio de 1944, com uma espectacular vitória, por 8-0, ao GD Estoril-Praia, final realizada no estádio do CF “Os Belenenses”, nas Salésias. Quinze dias depois, em 10 de Junho, foi inaugurado o Estádio Nacional. Num jogo de 120 minutos foi Guilherme Espírito Santo a marcar o primeiro golo, aos 40 minutos.


Campeão nacional… mais um!
Na temporada de 1944/45 o Benfica reconquistou o título de campeão nacional, com Espírito Santo a jogar em 16 das 18 jornadas, com onze golos marcados. A competição foi interrompida entre a 14.ª e a 15.ª jornada para a selecção nacional realizar o seu 47.º encontro, no XV Portugal-Espanha, no Estádio Nacional, com um empate a dois golos. Espírito Santo jogou a extremo-direito. Estávamos em 11 de Março de 1945, quatro anos depois do aziago jogo em Bilbau, realizado em 16 de Março de 1941, que ditou o afastamento de três anos.

Mais um golo ao FC Porto numa vitória histórica
O campeonato nacional retomou com a 15.ª jornada, na recepção ao FC Porto, com mais uma extraordinária exibição dos futebolistas que vestem o “Manto Sagrado”. E mais uma vez, Espírito Santo brilhou. E como ele se recordava, tantas décadas depois, deste jogo. Uma jornada directa para a conquista do título de campeão nacional. Conseguido duas jornadas depois…


Lá no 4.º anel continuará orgulhoso pelo “seu/ nosso” Benfica

Alberto Miguéns

NOTA: Estes apontamentos são possíveis por que resultam de muitas horas de conversa franca e amiga, durante mais de década e meia, entre um adepto do Benfica e esta Glória do Clube. Um enorme futebolista e personalidade fantástica, que era o paradigma do Jogador e do Benfiquista: simples, virtuoso, trabalhador, dedicado e generoso. Só posso estar agradecido, por ter aprendido tanto com Espírito Santo.
1 comentários
  1. Caro Alberto,

    Muito obrigado por esta belíssima e comovente homenagem que tem vindo a prestar ao nosso Guilherme Espírito Santo. O meu pai teve a honra de o ver jogar, e desde criança que, para mim, Guilherme Espírito Santo é um exemplo de desportista, de ser humano e de benfiquista que procuro seguir. Infelizmente, eu nunca tive a honra de o ver jogar nem de falar com ele, o que tanto lamento. O Benfica deve-lhe tanto, tanto, e e nunca nada do que venha a ser feito conseguirá pagar a nossa eterna dívida de gratidão para com este grande senhor. Não partiu, não está ausente, nunca nos deixará. Guilherme Espírito Santo é o Benfica, e eu só gostava de ver a Luz, no próximo jogo, cheia e a aplaudi-lo de pé. Deu tudo pelo Benfica, e continuou sempre a ser a mesma pessoa educada, simples e afável. Muitos o esquecem ou esqueceram, mas Guilherme Espírito Santo, numa época em que o Benfica enfrentou tantas dificuldades, nunca desistiu de lutar. Para mim, será sempre o exemplo máximo de benfiquismo, de desportivismo e cavalheirismo.

    Cumprimentos, e mais uma vez muito obrigado.

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